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O Bolo do Caco é um pão típico madeirense, muito bom devo dizer.
Bolo do caco que comprei no supermercado.
É feito à base de farinha de trigo, fermento, água e sal. Esta mistura fica a fermentar alguns dias e depois fazem-se umas bolas espalmadas e vai a cozer. A cozedura tradicional era feita sobre uma pedra de basalto, devidamente aquecida para o efeito. É dessa pedra (caco) que veio o nome deste pão.
O bolo do caco pode ser comido como entrada de uma refeição, acompanhamento ou até mesmo como prato principal. Pode ser recheado com várias coisas, mas o mais comum é o pão aquecido com manteiga de alho e ervas.
Devo dizer que já comi um prego com este pão e estava divinal, muito bom mesmo. Bolo do caco barrado com manteiga de alho, alface, um bife de vaca, tomate e alho esmagado foram ingredientes suficientes para fazerem as delícias de quem prova esta iguaria.
Imagem retirada do blog: http://saboresaberes.blogspot.pt/2011/03/gastronomia-da-ilha-da-madeira.html
Recentemente realizei uma viagem, com alguma duração, para a Ilha da Madeira, por forma a lá desenvolver um estágio. Além da realização do estágio fui viajando e conhecendo a nossa Pérola do Atlântico.
qui ficam alguns dados, não só do Funchal mas da ilha, retirados do guia de sugestões A Nossa Terra e algumas fotos por mim tiradas num dos meus dias de folga.
Dados da Ilha:
Significado da bandeira:
O azul representa a condição da região, o amarelo representa o clima ameno e os areais, que fazem a riqueza da economia regional. Por fim, a Cruz de Cristo alude ao facto de ter sido descoberta por dois cavaleiros dessa ordem militar.
Funchal:
O Funchal é a capital da ilha da Madeira, foi elevado à categoria de cidade em 1508. Na segunda metade do séc. XV, a cidade do Funchal tornou-se porto de escala obrigatório para as rotas comerciais europeias.
O seu clima ameno e a sua excelente posição geográfica permitiu-lhe um elevado desenvolvimento. Esta capital conta com uma área de 76km2, 98 583 habitantes e 10 freguesias.
Freguesias: Imaculado Coração de Maria, Monte, Stª. Mª Maior, Stª. Luzia, Stº. António, São Gonçalo, São Roque, São Martinho, São Pedro e Sé.
O arquipélago de Fernando Noronha que se localiza no Brasil e pertence ao estado de Pernambuco, na figura 1 podemos visualizar o mapa do arquipélago. Este arquipélago é de origem vulcânica e é constituído por 21 ilhas ao longo de uma extensão de cerca de 26 km2, no oceano Atlântico Equatorial Sul. A principal ilha tem uma área de 18,4 km2, é a única ilha habitada, com cerca de 2100 habitantes e possui o mesmo nome do arquipélago. As restantes ilhas pertencem ao Parque Nacional Marinho e são desabitadas, só podendo ser visitadas com licença oficial do IBAMA (instituto brasileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis).
Figura 1 – mapa do arquipélago de Fernado de Noronha Fonte: Governo de Pernambuco |
As belas paisagens do arquipélago de Fernando de Noronha tiveram origem numa série de erupções vulcânicas há cerca de 12 milhões de anos e encontra-se localizado sobre um vulcão a cerca de 4200m de profundidade extinto há 20mil anos.
Segundo várias fontes não há um consenso sobre quem e quando este arquipélago foi descoberto, no entanto todos referem que os primeiros registos documentais da ilha foram feitas pelo navegador Américo Vespucci ao participar numa expedição, financiada pelo fidalgo português Fernão de Loronha, no ano1503, sendo o dia oficial para comemorar o descobrimento o dia 10 de Agosto. Em 1504 D. Manuel I doou a ilha a Fernão de Loronha, tornando-se assim a primeira capitania hereditária do Brasil. Durante vários anos o arquipélago teve várias invasões estrangeiras, primeiro pelos ingleses, por franceses e também por holandeses.
Em 1897 a ilha volta a ser domínio do governo do estado de Pernambuco e transforma-se num presídio comum para prisioneiros condenados a longas penas. Foi a mão-de-obra destes que originou todo o património edificado da ilha assim como as vias rodoviárias que ligam as vilas e os fortes. Em 2001 a UNESCO considerou o arquipélago como sendo sítio do património mundial natural.
O clima em Fernando de Noronha é tropical e as estações dividem-se em duas bem definidas; uma seca que decorre entre os meses de Setembro a Fevereiro e a outro chuvosa durante os meses de Março a Agosto, sendo os meses de Março e Abril os de maior precipitação e Outubro o mês de menor. A temperatura ao longo do ano sofre poucas variações, mantendo uma média de 25ºC a 28ºC como se pode verificar através da Figura 2. Os meses de Março, Abril e Maio são considerados os mais quentes.
Figura 3 – Temperatura média do arquipélago, ao longo do ano. Fonte: Operadora de turismo Ilha de Noronha |
Em 1989 foi criada a lei nº 10.430 de 29 de Dezembro, que obriga todos os visitantes de Fernando de Noronha a pagar uma taxa de preservação ambienta. Esta taxa foi instituída para assegurar a manutenção das condições ambientais e ecológicas da ilha e incide sobre o trânsito e permanência de pessoas na ilha. Desta forma esta taxa é calculada com base no número de dias que o turista permanece na ilha e de acordo com a tabela da taxa de preservação ambiental em vigor. O valor da taxa deve ser pago no aeroporto no momento de desembarque ou pago pela internet. As crianças menores de 5 anos não pagam.
Em Fernando de Noronha, existem apenas dois hotéis. No entrando existem diversas pousadas e muitas residências que passaram a ser classificadas como hospedaria domiciliária.
A gastronomia em Fernando Noronha vai desde os sabores mais regionais até aos pratos mais requintados, com destaque para os frutos do mar. A oferta é bastante alargada, existindo ao longo da ilha vários restaurantes, bares e lanchonetes para vários preços. A grande maioria dos restaurantes abre apenas a partir das 18h, para o jantar.
Para quem quer ir visitar este belíssimo arquipélago aconselha-se os visitantes a levarem roupas leves e frescas para o dia e alguns agasalhos para a noite; protectores solares, óculos de sol, roupa de banho e chapéus. Em Noronha a brisa e a água arrefecem o corpo fazendo com que os turistas não notem a acção do sol, sendo por isso comum as queimaduras solares. Aconselha-se também o uso de calçado confortável para as longas caminhadas tais como sapatilhas ou sandálias, assim como equipamento de mergulho, que poderá também ser alugado na ilha. Levar dinheiro em espécie é também aconselhado, uma vez que a maior parte das casas em Noronha não aceita cartões de crédito e não existem casas de câmbio na ilha.
Hoje vou falar um pouco nos conceitos de lazer e recreio. Ao longo dos tempos o lazer e recreio têm vindo a evoluir, podemos afirmar que o recreio é quase tão antigo como o Homem.
Já no tempo dos egípcios havia recreio através de cruzeiros, jogos e brinquedos para as crianças. Mais tarde foi a vez dos romanos criarem as corridas e os jogos de arenas como formas de recreio e lazer. No período medieval realizavam-se torneiros, procissões e havia ainda músicos e acrobatas e os enormes banquetes, para recreio das cortês.
Mas foi na era industrial que estes conceitos sofrerem maiores alterações com o aparecimento do relógio que começou então a regular os períodos de trabalho e de lazer. A luz eléctrica veio alterar o programa das actividades diárias, permitindo às pessoas ter recreio após o por do sol.
Mais uma vez estes dois conceitos (como muitos outros na área do turismo) não são exactamente o que o senso comum pensa que são. Vejamos então o que diz o dicionário da língua portuguesa sobre estes dois conceitos:
Lazer --> do Lat. Licere, s. m. ócio; vagar; passatempo; descanso.
Recreio --> s. m., divertimento; lugar recreativo, ameno; tempo concedido às crianças para brincarem; recreação.
No mundo académico do turismo, existem várias definições que abordam os conceitos de lazer e recreio. Autores como Cooper et al (2001) ou Mathieson e Wall (1982) e apresentam-nos várias definições sobre este mesmo tema.
No entanto de uma forma geral podemos afirmar que lazer corresponde ao tempo livre que resta a uma pessoa após a mesma satisfazer todas as suas necessidades básicas, de trabalho/estudo e obrigações. Este tempo pode ser activo ou passivo, ou seja a pessoa pode fazer algo (actividades de recreio) ou simplesmente estar sem fazer nada (inacção).
Enquanto que o conceito de recreio é activo, pois corresponde a todas as actividades praticadas por uma pessoa durante seu tempo de lazer.
Segundo um outro autor, Stebbins (1992) temos ainda o conceito de Lazer subdividido em dois outros conceitos; o Lazer Sério e o Lazer Casual. Ora o que será isto de lazer sério e casual?!Pois bem, chamamos de lazer sério quando uma pessoa pratica actividades de lazer regularmente, com horário marcado e carácter sistemático, por exemplo ter aulas de dança, voluntariado, um hobbie, etc.
À realização de actividades como jogos, conversas sociais ou entretenimentos sem marcações, chamamos de lazer casual.
Aplicando estes conceitos ao turismo, podemos afirmar que nem todo o tempo de lazer é turismo, nem todo o turismo é lazer. Isto é fácil de perceber, por exemplo, uma pessoa durante o seu tempo de lazer pode ou não realizar actividades de turismo. Por outro lado se pensarmos, por exemplo, em turismo de negócios, uma pessoa que efectua uma viagem em trabalho, esse tempo não é considerado tempo de lazer.
Confesso que hoje apetece-me actualizar este blog, mas estou sem inspiração para escrever, por isso fiz uma pequena pesquisa na net e encontrei este poema de Miguel Toraga intitulado de Viagem, espero que gostem, cá vai:
"Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar."
Hoje vou falar-vos de uma localidade na Suíça, a qual já visitei por duas vezes há uns anos atrás. Vamos então viajar até Yverdon-les-bains, uma pequena cidade situada na parte francesa da Suíça, mais propriamente no cantão de Vaud, conhecida pelas suas estâncias termais e de turismo.
Esta bela cidade é a segunda mais importante cidade do cantão de Vaud e situa-se bastante próxima da vasta planície da Orbe, das colinas do Broye e das águas do lago de Neuchâtel. Segundo as estatísticas do site da cidade, esta tem uma área de aproximadamente 1 126ha e possui actualmente cerca de 25 775 residentes, sendo 16 988 suíços e os restantes estrangeiros. É também um importante centro de comércio, turismo e conferências.
Por ser uma cidade rodeada de água, era na Idade Neolítica, apenas um mercado local no cruzamento de rotas terrestres e fluviais de comunicação, entre Itália e Gália. Desta forma ao longo do tempo as terras arenosas foram solidificando-se e as pessoas foram fixando-se cada vez mais, inicialmente apenas cabanas de pescadores e comerciantes junto ao lago e posteriormente criaram-se habitações permanentes. Mais tarde foi a vez dos romanos perceberem a importância estratégica e comercial desse local, acabando por construir aqui um belo castelo, o segundo maior da Suíça. O porto foi utilizado, nessa época, como base naval para o abastecimento das embarcações. Desta forma e ao longo dos anos Yverdon desenvolveu-se, transformando-se num prospero centro urbano.
Yverdon-les-bains, o seu nome podemos dizer que está ligado à vertente termal da cidade, uma vez que existe aqui águas termais sulfurosas, que já vêem sendo exploradas desde a Idade Média. Como tal surgiu aqui um belo centro termal e spa, que podem conhecer melhor através do site oficial do mesmo, em http://www.cty.ch
Falando da minha experiência pessoal, Yverdon-les-bains é uma cidade bastante bonita e limpa. Nela podemos visitar o château d’Yverdon, onde actualmente se encontra localizado o Musée d’Yverdon et region, que se localiza mesmo no centro da cidade, uma zona onde existe bastantes pequenas superfícies comerciais. Podemos também visitar uma igreja e ainda diversos museus tais como o já referido Musée d’Yverdon et region, o Maison d'ailleurs (Câmara dos Elsewhere), que é um museu de ciência ficção, único na Europa, e ainda o museu de moda.
Um dos edifícios que vi e que mais me marcou foi o edifício do Theâtre Benno Besson, com a sua fachada enorme em pedra branca, este edifício fica perto dos correios e do parque que irei falar mais à frente.
Podemos ainda visitar o lago de Neuchâtel, um grande lado que separa a cidade Neuchâtel de Yverdon. Nele pode-se praticar algumas actividades tais como mergulho ou passeios de barco, existe ainda um clube náutico que organiza regatas e aulas de vela.
Temos ainda na cidade um parque bem bonito, muito florido de onde se consegue ver as montanhas em volta da cinda, então no Inverno fica uma paisagem muito bonita, o verde e as cores das flores do parque e ao fundo o céu azul sobre as Montanhas Jura, cobertas de neve, foi uma das imagens que me ficou na memória.
Existem ainda vários bares e clubes espalhados pela cidade, que proporcionam a animação nocturna da mesma, assim como três locais com salas de cinema.
Yverdon é também uma cidade de negócios e como tal possui um grande centro de congressos, La Marive, existe ainda o Y-parc, que é um parque de ciência e tecnologia, criado para ser um local ideal onde se possa criar e desenvolver uma nova empresa.
A nível de hotelaria, existem bastantes hotéis e restaurantes espalhados pela cidade. Deixo-vos aqui um vídeo que encontrei na net, que mostra um pouco da cidade, mais propriamente a zona do castelo e da igreja:
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=296905
Eu quando fui fiquei em casa de familiares, numa zona de habitação, bastante silêncio lá, principalmente após as 22h. A partir dessa hora é quase silêncio total e não se vêem muitas pessoas na rua, no entanto às 6h da manhã parece que a cidade já está toda acordada.
Outra coisa que me ficou na memória foi chegar ao destino, mesmo em frente à casa onde íamos ficar e começou a nevar, foi lindo, em mais ou menos meia hora ficou tudo coberto de neve, imaginem uma rua direita com carros e tudo branco, tudo lisinho sem marcas na neve, muito bonito mesmo. A neve lá é um pouco diferente da neve na Serra da Estrela por exemplo. Lá a neve é mais fofinha, caminhar na rua sobre a neve era quase como caminhar sobre algodão frio.
Bem termino este post de hoje com alguns sites, onde poderão encontrar mais informações e visualizar algumas imagens desta cidade.
Site oficial de turismo de Yverdon:
http://www.yverdonlesbains-tourisme.ch/e/home/
Site sobre a cidade de Yverdon:
http://www.yverdon-les-bains.ch/
Site sobre castelos suíços:
http://www.swisscastles.ch/Vaud/yverdon/
Num dos post’s anteriores estivemos a debater o tema visitante vs turista, sobre o qual terminámos com uma reflexão sobre o conceito de turismo. Pois bem, vamos hoje debater então as reflexões adquiridas ao longo destes dias, ou então não…
O conceito de turismo é muito mais abrangente e complicado de definir do que o que nós imaginamos. Para nós pessoas normais, turismo não é mais do que ir viajar, visitar um local, conhecer coisas novas, sítios, pessoas ou simplesmente não fazer nenhum, estar de “papo pró ar” num dia de sol, (depois há também alguns indivíduos que vão para a universidade para fazer o suposto turismo, mas sobre isso falaremos num futuro post).
Para termos uma melhor noção do que pensam as pessoas normais (não ligadas profissionalmente a este sector) lembrei-me de perguntar a algumas pessoas o que pensam sobre este tema, para depois comparar com o que pensam os “Senhores” do lado científico da coisa.
Após um longo levantamento de dados, junto de uma vasta população (7) de pessoas comuns (potenciais turistas em série ehehe) recolhemos as seguintes respostas à importantíssima questão: “O que é para si turismo? O que pensa quando ouve essa palavra? Como o define?” Ok, afinal eram três importantíssimas perguntas, às quais obtivemos as seguintes respostas, que passamos a citar:
Inquirido 1 - “para mim é tipo ir conhecer localidades, monumentos, conhecer novas coisas”
Inquirido 2- “turismo: actividade socio-cultural para fins lúdicos, cultura, viagens, lazer, novas experiências”
Inquirido 3 – “turismo é tipo uma viagem que se faz para conhecer outros países, modos de vida, costumes, etc…”
Inquirido 4 – “turismo é um grupo de pessoas irem passear para fora do seu habitá natural! algo do género e penso em ingleses de máquina fotográfica na mão”
Inquirido 5 – “pontos de acesso a vários sítios históricos da região, gastronomia, praias e também uma forma de conhecer outras culturas e outros países e estar interligado com outros guias turísticos do mundo”
Inquirido 6 – “uma actividade económica que utiliza os vários recursos de um país ou região, para atrair visitantes a essa mesma região, com o fim de obter rendimento”
Inquirido 7 – “sei lá… quando falam em turismo penso logo em praia, mar, descanso, diversão, férias…”
Antes de mais, quero agradecer a todas as pessoas que se disponibilizaram a responder às minhas dúvidas existenciais turísticas num Domingo à noite, o meu muito obrigada!
Vamos então agora passar a uma análise "bastante aprofundada" deste estudo de final de Domingo. Cientificamente falando, o conceito turismo é muito abrangente e na realidade não existe um único e verdadeiro conceito, uma vez que podemos definir turismo através de duas ópticas, ou seja existem definições de turismo pelo lado da oferta e definições de turismo pelo lado da procura.
Pelo lado da procura uma das definições mais conhecidas é a definição da OMT (organização mundial do turismo) que diz o seguinte: “ Turismo é o conjunto de actividades praticadas pelos indivíduos durante as suas viagens e permanência em locais situados fora do seu ambiente habitual, por um período contínuo que não ultrapasse um ano, por motivos de lazer, negócios e outros”. Existem ainda outras definições, tais como a definição de Peter Murphy, a definição de Neil Leiper, ou ainda a definição de Mahieson & Wall, que não colocarei aqui para não se tornar demasiado extenso. (no entanto se houver alguém interessado é só deixar um comentário a pedir)
Pelo lado da oferta temos também várias definições, tais como a Conta satélite do turismo, a definição de PITER – Peneda Gerês, entre outras. Uma das várias definições é a definição apresentada por Stephen Smith que diz o seguinte: “turismo é composto por um agregado de actividades de negócios que, directa ou indirectamente, fornecem bens ou serviços que suportam as actividades de lazer e de negócio realizadas pelas pessoas fora dos seus locais de trabalho e residência habitual”. Basicamente esta definição divide o turismo em dois grupos: bens e serviços que deixariam de existir se não houvesse turismo e/ou bens e serviços fornecidos para a actividade do turismo e para as actividades não turísticas.
Deste modo e de modo geral, as respostas dos nossos inquiridos não estão de todo erradas, nem muito longe da realidade, principalmente das definições de turismo pelo lado da procura. Devo também referir que fiquei surpreendida, pela positiva, com algumas das respostas obtidas, que se aproximaram bastante das definições de turismo pelo lado da oferta, o que não era de esperar :)
E pronto terminamos assim as nossas filosóficas reflexões sobre o conceito de turismo, essa actividade deveras complexa. Num futuro post iremos continuar as nossas reflexões sobre esta temática, nomeadamente abordar os vários tipos de turismo, ah pois é… assim como existem várias definições de turismo, existem também vários tipos de turismo.
Bem hoje trago-vos uma aldeia deste nosso Portugal com um nome que deixa a maior parte das pessoas espantadas com um sorriso na cara, esta pequena aldeia chama-se Amor, "ahh que giro, não sabia que existia uma terra com esse nome..." ; "bem deve ser só amor por lá..." ou " então deves ser um amor..." são exclamações que oiço várias vezes das pessoas, quando lhes digo o nome desta terra.
Pois bem, decidi então trazer esta terra a este blog, localiza-la geograficamente, falar um pouco da actividade económica, revelar de onde surgiu este nome que a tantas pessoas deixa espantadas e por fim alguns aspectos turísticos.
Amor não é só uma aldeia como é também freguesia, ocupa uma área aproximada de 23km2 a oeste da cidade de Leiria, geograficamente fica enquadrada pelos paralelos 39º45' e 39º48' Norte e pelos meridianos 8º49' e 8º53' Oeste.
Esta freguesia é composta pelas seguintes localidades: Casal dos Claros, Coucinheira, Casal Novo, Barreiros, Amor e Toco. No ano de 2001, aquando dos últimos censos, esta freguesia registou aproximadamente 4700 habitantes.
Segundo os mesmos censos o sector económico que mais residentes emprega, nesta freguesia, é o sector secundário com cerca de 52% de população residente empregada. A principal actividade económica desta freguesia é a construção, seguido pelo comércio a grosso e a retalho e reparação de veículos.
Vou então agora falar-vos da origem do nome desta terra, que se encontra ligada à origem de uma outra terra bem próxima, segundo João Cabral in Anais do Município de Leiria, conta a lenda o seguinte:
“Era uma vez ... fazia o Senhor Rei D. Dinis e a sua Santa mulher, a Rainha Isabel, uma mais demorada pousada em Leiria, talvez para descansar dos muitos a fazeres do seu alto cargo. Um dia, o Rei passeando no seu fogoso corcel, galopou, galopou, campos fora, e, lá longe, num pequeno lugar vê uma camponesa formosa como nenhuma outra se vira ainda em muitas léguas ao derredor.
Apaixonou-se o Rei pela camponesa e ali, naquele lugar, no meio do campo florido de papoilas e malmequeres, nasceu naquele dia um grande amor. As visitas do Rei ao seu grande amor continuaram e tornaram-se conhecidas nas redondezas, e, àquele lugar começaram a chamar Amor.
Também a Rainha soube dos novos amores do seu marido e Rei e, para lhe mostrar a sua reprovação sem o melindrar, mandou uma noite alumiar o caminho por onde o Rei, seu esposo, deveria regressar a Leiria.
D. Dinis, ao dar com as veredas, por onde voltava, com grande alumiação, de muitos fogachos, viu estar ali uma muda intenção crítica da Rainha, e exclamou:
"Até aqui cego vim!" E o sítio onde começavam as iluminarias passou a chamar-se "Cegovim", que, por uma natural corruptela popular se chama hoje Cegovim.”
Turisticamente os pontos de maior interesse desta freguesia são a sua igreja matriz de S. Paulo e S. Pedro, com uma imagem quatrocentista do padroeiro da terra S. Paulo; a capela de S. Jorge na localidade dos Barreiros e a capela de Nossa Senhora de Fátima, na localidade Casal dos Claros e Coucinheira. Existe ainda nesta freguesia um habitat Paleolítico e Pré-história nas margens da Ribeira do Fagundo no Casalito.
Podemos ainda referir as festas populares e religiosas desta freguesia, temos então em Agosto a festa em honra de S. Pedro e S. Paulo em Amor, a festa em honra de Senhora e Sagrado Coração de Jesus em Julho, no Casal dos Claros e as festas em honra de S. Jorge, em Abril e Imaculada Conceição em Outubro, ambas na localidade dos Barreiros.
A nível de restauração recomendo-vos sem dúvida uma visita ao restaurante “O Côdea” em Casal dos Claros onde poderão apreciar sabores diferentes de uma mistura de cozinhas francesa, italiana e suíça. Para os mais interessados deixo-vos aqui o link deste restauante onde poderão visualizar o bom aspecto dos pratos: http://www.ocodea.com
Para um bom lanche ao fim da tarde não deixem de passar na “Chocolataria Alex”, também em Casal dos Claros, um sítio onde os verdadeiros apreciadores do chocolate não podem deixar de ir (curiosamente eu que sou “chocolatodependente” ainda não fui, mas já provei os doces e são realmente muito bons)
Por último temos então uma imagem do brasão desta freguesia: